Documentários na TV Brasil e Cultura divertem e informam.

A ficção domina a TV. Seus territórios se estendem do horários nobre às horas da madrugada. São novelas, “reality shows” – quase sempre com roteiros “amarrados” – e filmes e seriados. Mas também há espaço para informação. E mais aprofundada do que nos velozes noticiários que apresentam a “escalada” dos fatos do dia.
Nos canais abertos, os melhores exemplos estão nas emissoras públicas. A TV Brasil apresenta seu Mundo BBC, às quartas, às 22 h, enquanto a TV Cultura oferece o Cultura Mundo, de segunda a sábado, às 20 h, e domingo, às 19h e 20h.
Nada de reportagens sobre ex-BBBs, casos de família ou resultados da rodada do Brasileirão. Os programas tratam de temas que podem abordar assuntos tão distantes do dia a dia quanto o Egito Antigo apresentado pelo célebre arqueólogo Zahi Hawass, como o Mundo BBC tem feito nas últimas semanas. Ou a Torre Espacio, o maior edifício da Espanha, com 213 metros de altura, que o Cultura Mundo leva ao ar neste domingo.
O interesse pelos documentários é antigo, mas renovou-se nos últimos anos. A partir da década de 90 houve um aumento em sua produção. Foi graças à tecnologia digital que os preços das câmeras e dos equipamentos de edição despencaram e possibilitaram a multiplicação de bons registros sobre aspectos tão diferentes da realidade.
Desde o sucesso do filme Buena Vista Social Club, do cineasta alemão Wim Wenders, produzido em 1999, e dos trabalhos do diretor norte-americano Michael Moore, houve uma multiplicação de títulos de documentários nos cinemas, na TV e nas locadoras. Mesmo outros gêneros do cinema, como a animação, parecem influenciados pelos documentários.
Caso do refinado Persépolis, de Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi, sobre a condição feminina no Irã dos aiatolás, e do impressionante Valsa com Bashir, de Ari Folman, a respeito da invasão israelense no Líbano dos anos 80.
Os programas da Discovery na TV Cultura e da BBC na TV Brasil retratam universos bem mais diversificados que a maioria dos enredos das novelas e dos seriados, tristemente reduzidos a alguns poucos temas de amor, ódio, cobiça e suas variações